Você sabia que entender como é calculada a sua rescisão pode fazer a diferença entre garantir todos os seus direitos ou perder dinheiro? Sim, muitas pessoas são demitidas e não têm ideia de como o cálculo é feito, o que as deixa à mercê de erros ou até mesmo de fraudes. E aí? A rescisão é calculada pelo último salário ou por uma média salarial? Vamos te contar tudo para que você fique de olho e, no fim das contas, saiba exatamente o que esperar.

A importância de entender o cálculo de rescisão

Quando se trata de rescisão trabalhista, a maioria das pessoas só percebe a complexidade do cálculo quando recebe o valor final. Até então, a ansiedade e a insegurança tomam conta: será que vou receber tudo o que tenho direito? Vou perder dinheiro? Essas perguntas são mais comuns do que se imagina, e a resposta muitas vezes depende do seu conhecimento sobre o assunto.

Ter clareza sobre como os valores são calculados é fundamental para evitar surpresas desagradáveis. Imagine a frustração de descobrir que recebeu menos do que deveria simplesmente porque não estava ciente de como a empresa chegou ao valor. Quando você sabe exatamente o que deve receber, fica muito mais fácil conferir o cálculo e exigir o que é justo.

Como é feito o cálculo da rescisão?

A rescisão, em termos simples, é a soma de várias verbas que você tem direito a receber ao término do seu contrato de trabalho. O cálculo inclui o saldo de salário, férias vencidas, 13º proporcional, aviso prévio (quando aplicável) e, claro, o saldo do FGTS.

O ponto central aqui é o seguinte: o valor base para o cálculo das suas verbas rescisórias é o seu salário bruto, ou seja, o valor registrado na sua carteira de trabalho. Isso quer dizer que é o montante sem os descontos de INSS, plano de saúde e outros benefícios.

O que compõe a rescisão?

  1. Saldo de salário: os dias trabalhados no mês da demissão.
  2. 13º salário proporcional: referente aos meses trabalhados no ano da rescisão.
  3. Férias vencidas: se você tiver direito, com acréscimo de 1/3.
  4. Férias proporcionais: calculadas pelos meses trabalhados desde o último período aquisitivo.
  5. Aviso prévio: se for indenizado, entra no cálculo.
  6. Multa do FGTS: se a demissão for sem justa causa, você recebe 40% do saldo do FGTS.

Mas calma, o que complica mesmo para muitos trabalhadores é quando o salário não é fixo. Se você recebe comissões, gratificações ou horas extras, o cálculo pode ser diferente. E é aí que a dúvida “o cálculo da rescisão é feito pelo último salário?” começa a surgir.

Essas regras são todas regulamentadas pela Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), aprovada pelo Decreto-Lei nº 5.452, de 1º de maio de 1943. Ela estabelece as normas que regem as relações de trabalho no Brasil, incluindo os direitos relacionados à rescisão de contrato.

Salário fixo ou variável: o que muda no cálculo?

Se você tem um salário fixo, ou seja, recebe o mesmo valor todos os meses, o cálculo é direto e sem mistérios. A empresa pega o valor bruto do seu último salário e faz as contas com base nele. Simples assim.

Mas, e se você ganha comissões, horas extras ou tem outras variáveis no seu salário? Nesse caso, a história muda um pouco. O cálculo da rescisão pode ser feito com base em uma média dos últimos salários recebidos. No caso, dos últimos doze meses. Isso acontece porque, em situações de remuneração variável, usar apenas o último salário pode ser injusto, já que ele pode ter sido mais alto ou mais baixo do que a média habitual.

Exemplo prático de cálculo de rescisão para salários variáveis:

Imagine que você trabalha em uma função comissionada e, nos últimos seis meses, sua remuneração oscilou entre R$ 2.500 e R$ 3.500. Se a rescisão fosse calculada apenas com base no seu último salário, digamos R$ 3.500, isso poderia parecer vantajoso. No entanto, se no mês anterior você tivesse recebido R$ 2.500, a empresa poderia argumentar que a média salarial é a forma mais justa de calcular suas verbas. E, na verdade, seria!

Portanto, quando o salário varia, é importante estar atento à média. Isso garante que você receba um valor justo, que reflita sua realidade salarial ao longo dos meses.

Outros fatores que influenciam na rescisão

Além do salário e da média salarial, outros fatores podem alterar o valor final da sua rescisão. Vamos falar dos principais:

  1. Férias vencidas e proporcionais:
    Se você tem férias vencidas, ou seja, completou um ano de trabalho sem tirar férias, a empresa é obrigada a te pagar esse valor com o adicional de 1/3. Se você não completou o ciclo de 12 meses, vai receber um valor proporcional aos meses trabalhados. Simples e direto.
  2. Aviso prévio:
    O aviso prévio pode ser trabalhado ou indenizado. Se for trabalhado, você cumpre os 30 dias e recebe normalmente. Se for indenizado, a empresa paga esses 30 dias sem que você precise trabalhar, o que, claro, entra nas contas da rescisão. Vale lembrar que, para cada ano trabalhado, você tem direito a mais 3 dias de aviso, até o limite de 90 dias.

Esses detalhes podem parecer complexos, mas são fundamentais para garantir que você receba tudo o que tem direito. E, claro, se houver dúvida, sempre vale a pena consultar um advogado ou usar uma calculadora de rescisão online para conferir os valores.

Como garantir que você está recebendo o valor correto?

Agora que você já sabe como o cálculo é feito, fica mais fácil entender onde podem ocorrer erros. Muitas vezes, empresas cometem deslizes ao calcular a rescisão, especialmente quando o salário é variável. Para garantir que você não seja prejudicado, aqui vão algumas dicas práticas:

  1. Conferir o contracheque:
    Verifique sempre o valor que está na sua folha de pagamento. Ele deve refletir o seu salário bruto, sem os descontos de benefícios ou impostos.
  2. Fique atento aos valores proporcionais:
    Férias e 13º são pagos proporcionalmente ao tempo que você trabalhou no ano da rescisão. Se algo parece errado, faça as contas.
  3. Use ferramentas online:
    Existem várias calculadoras de rescisão disponíveis na internet que podem te ajudar a conferir os valores. Elas são simples de usar e oferecem uma visão clara de quanto você deve receber.
  4. Consulte um especialista:
    Se, mesmo assim, você ainda tiver dúvidas, vale a pena procurar a ajuda de um advogado trabalhista. Ele poderá revisar os cálculos e te orientar sobre como proceder caso haja algum erro.

Medium shot woman working as economist

Conhecimento é a melhor forma de se proteger

No fim das contas, entender como é feito o cálculo da rescisão te dá a segurança de saber que está recebendo tudo o que é seu por direito. Seja o seu salário fixo ou variável, o importante é estar atento aos detalhes e garantir que você não saia prejudicado.

A rescisão é um direito do trabalhador, mas, como em qualquer processo que envolve dinheiro, é preciso conhecimento para garantir que o cálculo está correto. Não deixe para descobrir que algo estava errado tarde demais. Mantenha-se informado, use as ferramentas que estão à disposição e, se necessário, consulte um especialista.

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Entender como sua rescisão é calculada pode parecer complicado, mas, na verdade, é simples quando você sabe os pontos-chave. Quer receber sua rescisão sem dores de cabeça? Fique atento ao seu salário bruto, ao cálculo proporcional de férias e 13º, e não tenha medo de conferir tudo.

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