Vagas com IA crescem 65%, empresas pagam mais por essas habilidades e o upskill virou decisão estratégica de carreira.

O mercado de tecnologia virou a chave — e não foi em silêncio.
Em 2025, a inteligência artificial deixou de ser diferencial e passou a decidir quem avança na carreira e quem fica pelo caminho.

O recado vem dos dados, dos salários e das decisões de contratação. E eles apontam todos para o mesmo lugar: IA virou critério de carreira.

O ponto de virada aconteceu em 2025

Em dezembro de 2025, um levantamento do Infojobs revelou um dado difícil de ignorar: as vagas que exigem habilidades em inteligência artificial cresceram 65% em relação a 2024.

Não se trata de um pico momentâneo. Ao longo do ano, mais de 2 mil vagas foram abertas com exigência ou preferência por IA, e mais de 500 processos seletivos seguem ativos, mesmo fora dos períodos tradicionais de contratação.

Segundo Patricia Suzuki, CHRO da Redarbor Brasil, grupo controlador do Infojobs, a IA deixou de ser exclusividade de times técnicos e passou a integrar a rotina de múltiplas áreas. “Hoje, a IA é uma necessidade estratégica para ganhar eficiência, escalar operações e tomar decisões melhores”, afirmou em dezembro de 2025.

IA saiu do nicho técnico e se espalhou pela empresa

O dado mais revelador do estudo não está apenas no volume de vagas, mas na diversidade das áreas impactadas.

Além de tecnologia e dados, empresas já exigem competências em IA em funções como:

  • marketing

  • vendas

  • recursos humanos

  • administração

  • atendimento ao cliente

Outro sinal claro de maturidade do mercado é o perfil das contratações. Se em 2024 cerca de 90% das vagas eram para especialistas, em 2025 houve uma redistribuição relevante, com crescimento de oportunidades para analistas, cargos operacionais, posições de entrada, estágio e trainee.

Quem começa agora não está atrasado. Está no timing certo.

Os salários mostram onde está a prioridade das empresas

Se ainda restava dúvida sobre a importância da IA, o dinheiro tratou de esclarecer.

O Guia Salarial 2026 da Robert Half, publicado em dezembro de 2025, colocou a inteligência artificial no topo da pirâmide salarial fora do C-level.

Os números chamam atenção:

  • Engenheiro de IA: de R$ 19,5 mil a R$ 27,1 mil

  • Especialista em IA e Machine Learning: até R$ 23,5 mil

  • Engenheiro de Prompt: até R$ 26,1 mil

Entre cargos executivos, CIOs podem chegar a R$ 53,6 mil, mas o destaque está fora da liderança: IA virou o caminho mais rápido para crescimento salarial em tecnologia.

As empresas estão pagando mais — e assumindo isso abertamente

Um estudo publicado pela Forbes Brasil em dezembro de 2025 reforça o movimento. De acordo com o mesmo Guia Salarial da Robert Half:

  • 83% das empresas afirmam estar mais dispostas a pagar salários maiores por profissionais com competências especializadas em IA

  • 47% dos empregadores priorizam habilidades em IA acima da experiência prévia

Outro dado impressiona. Um relatório conjunto da Microsoft e do LinkedIn aponta que a demanda por profissionais com habilidades em IA cresceu 323% entre 2018 e 2024, em uma pesquisa global com mais de 31 mil profissionais.

O mercado não está apenas sinalizando. Ele já está pagando a conta.

Quais habilidades em IA realmente fazem diferença (e quais são só hype)

Nem todo “curso de IA” gera impacto real na carreira. Os dados mostram que as habilidades mais valorizadas são as aplicáveis ao negócio, especialmente quando combinadas com competências técnicas já existentes.

As mais demandadas hoje são:

  • IA generativa aplicada ao desenvolvimento de software

  • Prompt engineering orientado a produtividade

  • IA integrada a cloud

  • IA aplicada a dados e analytics

  • Segurança da informação com suporte de IA

O mercado valoriza quem usa IA para entregar mais valor, não quem apenas conhece os conceitos.

Upskill em IA não exige virar especialista — exige decisão

Uma leitura comum, e perigosa, é achar que aprender IA significa abandonar a carreira atual. Os dados mostram o contrário.

O que as empresas buscam é:

  • desenvolvedores que usam IA para produzir melhor

  • analistas que usam IA para decidir melhor

  • gestores que usam IA para escalar resultados

Cursos gratuitos e especializações de empresas como Microsoft, Google, AWS e IBM já são suficientes para dar os primeiros passos com impacto real.

O maior custo hoje não é o investimento em aprendizado.
É a inércia.

O verdadeiro risco de 2026 não é a IA — é ignorá-la

A inteligência artificial não está eliminando carreiras. Ela está filtrando profissionais.

Quem aprende:

  • ganha produtividade

  • amplia empregabilidade

  • negocia melhores salários

Quem adia:

  • perde espaço

  • fica estagnado

  • se torna substituível

2026 não será o ano em que a IA “chega”. Será o ano em que o mercado começa a perguntar, silenciosamente: “por que você ainda não aprendeu?”