O que observar na resposta para evitar líderes tóxicos e escolher melhor seu próximo emprego.

Aceitar um emprego sem avaliar o chefe pode custar caro — em saúde mental, motivação e carreira.

Antes de dizer “sim” à vaga, existe uma pergunta simples que pode revelar se você está prestes a ganhar um aliado ou um problema diário.

Trabalhar com um bom líder pesa tanto quanto — ou mais — do que salário e benefícios. Não é achismo. Um levantamento citado pelo CNBC Make It, com dados da Owl Labs, mostra que ter um gestor competente está entre os fatores mais valorizados pelos profissionais, superando plano de carreira e até relações sociais no trabalho.

Em um mercado cada vez mais competitivo, a entrevista deixou de ser um interrogatório unilateral. Ela também é o momento de avaliar quem vai liderar você.

A pergunta-chave que muda o jogo na entrevista

Durante a conversa com o recrutador ou gestor direto, faça a seguinte pergunta:

“Como a equipe descreveria o seu estilo de liderança?”

Ela parece simples. Mas é exatamente aí que mora a força.

Diferentemente de perguntas genéricas, essa formulação:

  • Tira o entrevistador do discurso ensaiado

  • Obriga a falar de percepção coletiva, não de autoimagem

  • Revela valores, postura e maturidade emocional

A resposta — e principalmente a forma como ela é dada — entrega mais do que muitos candidatos percebem.

O que respostas saudáveis costumam revelar

Líderes confiáveis tendem a falar com naturalidade sobre o time, sem se colocar no centro de tudo. Preste atenção se aparecem elementos como:

  • Autonomia e confiança

  • Abertura ao diálogo e à inovação

  • Reconhecimento de erros como parte do processo

  • Responsabilidade compartilhada nos resultados

Esses sinais indicam ambientes onde o erro é tratado como aprendizado e não como ameaça. Nesses contextos, equipes crescem, produzem mais e adoecem menos.

Frases que acendem o sinal de alerta

Nem sempre o problema está no que é dito, mas no que é enfatizado. Desconfie quando a resposta gira em torno de:

  • Controle rígido e vigilância constante

  • Obediência acima de pensamento crítico

  • Discurso excessivo sobre “cobrança” sem falar em apoio

  • Falta de exemplos concretos sobre desenvolvimento do time

Esse tipo de fala costuma apontar para microgerenciamento, baixa transparência e pouca tolerância ao erro — combinação comum em ambientes tóxicos.

A diferença entre chefes que fortalecem e chefes que travam equipes

Lideranças saudáveis reconhecem falhas como algo coletivo, analisam processos e buscam soluções conjuntas. Isso cria senso de responsabilidade e pertencimento.

Já gestores que:

  • Usam erros como punição

  • Evitam assumir responsabilidades

  • Centralizam decisões

Esses chefes tendem a gerar medo, silêncio e estagnação. Bons profissionais não ficam — e quando ficam, pagam o preço.

Por que candidatos ignoram esse sinal (e se arrependem depois)

Na ansiedade por uma nova oportunidade, muitos profissionais:

  • Focam apenas no salário

  • Idealizam o cargo

  • Ignoram pequenos desconfortos na entrevista

O problema é que chefes não mudam da noite para o dia. A entrevista costuma ser a versão mais cuidadosa do comportamento real.

A entrevista também é sua chance de se proteger

Perguntar sobre liderança não é ousadia. É maturidade profissional.

Ao final do processo seletivo, a forma como o futuro chefe reage a essa pergunta — se se esquiva, se se defende ou se responde com clareza — pode dizer muito mais sobre o seu futuro do que qualquer promessa no contrato.

Antes de aceitar a vaga, lembre-se: um bom emprego começa por um bom chefe.

Tem alguma experiência com chefes tóxicos? Deixe um comentário.